segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Não era estar nele, era estar em mim, envolvida por ele. O louco talvez nem imaginasse o quão perto eu estava, uma admiração quase que invejosa, de poder se movimentar meu braço pra onde fosse o braço dele, pra onde for o corpo, sem intenção de significar ou merecer ser algo. As pessoas felizes são brilhantes, de pó que cobre segredos de noite no quarto. Você e você mesmo, você em sua companhia, rindo do tropeço dado ou chorando à solidão. Ei louco, onde você dorme? Sei do seu olhar. Eu também. Eu também quero. Eu também quero te conhecer todo, todos os seus sonhos de louco varrido que dança na beira dos palcos. Os loucos de beira de palco, da Praça Tobias Barreto, da Rua da Cultura numa segunda-feira com fedor de esgoto e gente bonita tomando cerveja quente quentinha. São tantos sonhos... quero me encantar, em sonho de tropicália. Qual a mágica do ser-único? Qual a beleza de estar permanecendo? Me largue, me solte, eu volto! Não ache que não, eu volto à vocês nas minhas saudades diárias. Eu vivo e revivo, mais ré do que é. tenho carinhos que precisam ser entregues aos verdadeiros donos. Não tem essa de fingir. O cheiro de flor de laranja está vindo, me envolvendo, tal qual um louco. Me abrindo frestas, desmofando tudo, uma luz só! Quantas conversas por serem sidas, quantas Cidas por conhecer. Quantos cheiros de outras flores, quantas pessoas, quantas ovelhas, quantos passarinhos... quando pego na caneta, é tanta palavra espremida querendo sair... vômito vomitado, descarrego descarregado, massagem no pé.

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