sábado, 29 de janeiro de 2011

rafael parou de fumar.
e hoje é dia 18 ou 19 de janeiro.
está ESCRITO
e dito.
e expurgado.........
.
(ele fica bem com o escrito)
.
rafa parou com isso de fumaça no ar
e foi nadar no arpoador
rafa parou de fumar
e foi nadar 
ar
po
a
dor
.
rafa
foi no mar
ar 
pôr
.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011



     e viva ao vinho da vida
     e ao red 
     ao blue
     e viva!




terça-feira, 18 de janeiro de 2011

flores comem do jarro
luz come no teto
relógio roda o tempo
olhos acompanham qualquer movimento
                 coisas nos seus lugares determinados 
                 pela funcionalidade do organismo cotidiano
ninguém no aqui
,
e cheio de não-presença
calou-se de tanto silêncio
lombrado de madrugada
luz vermelha eletrificada
         gatos everywhere
inspiração-vazio
sim, embora
aqui é o . lugar
hoje é o lugar onde gosto
de estar
- e como é bom ser bobo 
                        [bomcêbobo]
velho é alguém que já não foi velho
tudo ao mesmo tempo ele é
menino nascendo, primeira última e respiração do meio da vida

e tem gente que dorme de porta aberta
e o inseto tonto de lâmpada
e o som na cozinha
e a lembrança súbita que chega
, das panelas e pratos e garfos e copos quebrados
escuto vozes 
vozes e palavras tão conhecidas
e minhas mãos,
no cigarro os dedos
e aquele carro que acaba de descer a rua
e o zumbido do silêncio que existe quando ele passa
e o momento que não
sei se
não sei se
existiu
e ele lá 
e eu aqui
e me diga, o que o futuro dita?
e o estômago incha
e vai
e…
passou?
barulhos na cozinha
vou começando a esquecer
é, passou.
e eu acho que foi bom
e meu corpo torto
 no sofá
pede 

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

escrever até secar, escrever até secar, escoar escrever secar. e molhar novamente de água salgada, e reconhecer a grandeza do mar, ser pequeno no sal, ser matéria coberta de espuma, ser pele que muda o tom e a temperatuda, quando no sol. escrever até secar, encher até secar, encher de líquidos velhos, novos líquidos, fechar um ciclo, escoar o tempo, transmutar. de corpo cheio, nadar por dentro, reconhecendo rostos e palavras e olhares e gestos, reconhecendo a matéria que enche o corpo e que transborda. escrever até o fim, que é também o começo, do ciclo, do mês, daquela mulher. ter o corpo mole, o peixe na lama, escorregadio. é isso. se permitir ser escorregadio, deslizar entre corpos, beber da mesma água, soltar e segurar são movimentos leves, cheios de prazer e de encontro. para cada desencontro um novo encontro, e se deixar ir, e deixar o outro ir, e deixar, permitir, e, e, e,. escorrer, navegar.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

ela diz que 
frases inteiras
ela diz que muita coisa
muita coisa sem pensar
ela diz e diz e diz sem parar
para mim, e para a terceira pessoa 
que não existe para quem vê com os olhos
pára o tempo na porta alheia
(hábito de porta faz o trânsito da casa)
e os ombros
os quadris
os caminhos do corpo começam
na porta aberta
os caminhos do corpo percorre
com as pontas dos dedos
se tira o vestido de três dias
é bem capaz dele sair andando
e falando
e contanto todos os segredos
de olhos fechados fecho
o abraço
braços embolados
e os cabelos
se sim,
eu quero.
     processos 
só 
 desprocessam 
   tudo

.

(ter de morrer e nascer a cada tão pouco)

.

fazer do invisível visível -  linguagem?