domingo, 19 de maio de 2013

O estômago é uma flor acesa. Enquanto isso a cidade entorpecida dorme. A cidade acesa me torpe. E no ônibus frenético os olhos calmos e cansados, fecham. A pele conta o que a boca não diz. Abre buracos onde silêncio impus. A casa silenciosa se aconchega na madrugada. O coração batendo, a geladeira trabalhadeira e sonora não para. Amanhã de manhã, pão com manteiga. E por enquanto, aqueles que eu amo dormem entregues aos sonhos. Na rua tem zumbi que não dorme. É a cidade da pedra, do sonhar acordado. Acendo o fogão. Chama esquenta a água para escaldar o jasmim que me acalma. E a pia lotada de pratos usados me avisa. Daqui a pouco é dia. 

sexta-feira, 3 de maio de 2013

Essa é a história com desfechos provisórios

Microacontecimentos de proporções macrocósmicas

- São nada aos olhos da percepção.

Desfechos se esfumaçam e eis o tempo que há de vir.

A surpresa, permanencia mortal, feita de breves nascimentos.

Eis-me aqui fugidia, escorregadia ao momento do já

Desejosa do por vir, é sempre por vir.

Sei do que é porque já sinto gastura no corpo

E é desse sentir que mato a sede da vida,

É ele que não me deixa secar.