segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Olho no olho do olho vejo um brilho vejo um círculo vejo você. Vejo você. Oi, você é assim? É assim que você é? Ai que susto, ai que arrepio, ai ai ai, mas você é uma coisa mesmo, se mostrando assim pra mim. Na gelatina branca linhas vermelha, deixa eu ler sua mão meu amor? Não sei se devo, não sei se quero, não sei se o que  existe dentro desse seu olho é aquilo que sai junto com o seu cheiro. De todos os orifícios meu bem, do umbigo ao ouvido, essa coisinha gelatinosa quase aberta porém coberta por uma camada de vidro mole, essa janela que me deixa curioso. Esse enfeite feito de pêlos, essa cortina que ofusca, ofusca porque se não, meu deus, o que eu faço com tanto brilho do olho no olho meu? Uma pedra verde escorrendo água. O que e mais gosto nessa vida toda, desde os orifícios aos dentes cerrados, que não deixam a língua entrar, é cachoeira. Cachoeira é simples, água que escorre de pedra, gotas salgadas que escorrem do olho. Não me venha com esse olhar úmido, eu não vou amolecer, não vou sensibilizar, não vou umedecer, só vou olhar mesmo, olhar. Como é que uma coisa que não é fresta faz a gente olhar dentro? Mas pra olhar dentro não é preciso de um buraco? Isso é coisa de espelho, vários espelhos. Ah não, não quero essa sensação de estar olhando num espelho, feche esse olho, cansei.

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