sexta-feira, 17 de junho de 2011

Certeza nenhuma, cheio de dúvidas
é um homem, olhe é um vivo!


Torto, careca e peludo,
vejam o homem, vai tão bonito...


Sem dentes, juízo ou dinheiro
é gente que anda e respira sem medo.


Ele é um tonto, ele é um burro
tem sovaqueira e dentes sujos.


Esse é o homem que veio pra salvar o mundo!


Beijo seus olhos,
peço-lhe a bênção.


Me ensine homem, que vida vibra
me ensine a vida dos que não pensam.


Lá vem o moço do serviço público
identificado, com crachá e tudo.


Com pá e vassoura,
o moço quer limpar o mundo.


O moço diz que calçada não é lugar de gente
que gente precisa de porta, sapato e documento.


Gente não pode ter pêlos,
gente não pode ter cheiro.


O homem que é vivo
e dos cigarros fuma as bitucas,
diz que mundo é céu,
diz que mundo é rua.


O serviço público tem mandato,
e se não for por bem, te chamo vagabundo.


E o homenzinho
sem pêlos,
calçadas
sujeiras
ou
cigarros,


É um homem morto,
é um homem mudo.


É um olho de vidro.

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